quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Teorias a favor de Darwin

Quando falamos em evolução biológica, geralmente o primeiro nome que nos vem à mente é o de Charles Darwin. Entretanto, não podemos atribuir todos os méritos a ele, já que Alfred Wallace também havia percebido muitos dos aspectos que Darwin apontou em suas observações que guardou, basicamente em segredo, por mais de vinte anos. Apenas quando Wallace enviou a Darwin seus manuscritos – devemos nos lembrar que este voltou da expedição bastante reconhecido como cientista - é que ele foi impulsionado a publicar suas ideias. Seguindo o conselho de amigos, a teoria foi revelada com a autoria dos dois, em 1858.

O diferencial de Darwin era o conjunto de evidências e argumentos a favor da evolução que possuía. Este fato, somado à sua posição de destaque no meio científico e à publicação do livro “A origem das espécies por meio da seleção natural, ou a preservação das raças favorecidas na luta pela vida”, é o que faz com que, na maioria das vezes, apenas ele seja lembrado.

Naquela época, os mecanismos de hereditariedade e mutação não eram conhecidos e, dessa forma, temos a teoria sintética da evolução (ou neodarwinismo) como uma versão aprimorada desses princípios desenvolvidos por Darwin e Wallace.

Agora que já sabemos quem são os autores, vamos conhecer os aspectos desta teoria:

- Em qualquer grupo de espécies, todos os indivíduos possuem ancestrais em comum, em algum momento da história evolutiva. Assim, são descendentes destes, com modificações: resultado da seleção natural.

- Indivíduos da mesma espécie, mesmo que parentes próximos, possuem variações entre si: resultado de mutações e/ou reprodução sexuada. Algumas dessas são hereditárias, ou seja, podem ser transmitidas para a geração seguinte.

- A limitação na disponibilidade de recursos faz com que indivíduos de uma população lutem, diretamente ou indiretamente, por esses e pela sua sobrevivência. Dessas variações, algumas podem ser vantajosas nesse sentido, permitindo que alguns, nesse cenário, se destaquem e outros não. Esses últimos podem não sobreviver e tampouco podem se reproduzir.

- Aqueles que sobrevivem (os mais aptos), podem transmitir à prole tal característica que permitiu sua vitória, caso seja hereditária.

- Esse processo, denominado seleção natural, resulta na adaptação de determinados indivíduos ao ambiente, frente a outros não adaptados, e também no surgimento de novas espécies.

A seleção natural é bastante parecida com a artificial, só que essa última é o resultado de ações humanas (diretas ou indiretas) sobre determinado organismo. A penicilina, por exemplo, foi bastante usada há algumas décadas como principal agente de combate a bactérias e, atualmente, não é eficaz no tratamento de algumas doenças: consequência da seleção das bactérias resistentes, em razão do uso indiscriminado dessa substância.



    ALDOUS HUXLEY: Defensor de Darwin ...


   Em 26 de julho de 1894 nascia na cidade de Goldaming, na Inglaterra, um dos maiores escritores que o mundo já viu. Conhecido pelo seu conhecimento e erudição admiráveis, Huxley foi romancista, ensaísta filosófico e literário, poeta, teatrólogo e responsável por algumas das melhores obras da literatura de ficção.

Seu pai, Leonard Huxley, foi editor, poeta e escritor de biografias.
Vindo de uma família de cientistas, seu avô Thomas Huxley era zoólogo e médico e seu irmão Julian Huxley se tornou um renomado biólogo, Aldous Huxley começou a trabalhar com pesquisa científica até que uma doença nos olhos o acometeu aos dezesseis anos, dois anos após a morte de sua mãe, e o deixou totalmente cego por dezoito meses. Neste período Huxley aprendeu braile e deu continuidade aos estudos passando pelo Eton College, depois no Balliol College.
Impedido de prosseguir na carreira de cientista, porém tendo recuperado parcialmente a visão, Huxley começa a se dedicar a literatura e acaba se formando em Oxford, em Língua Inglesa em 1915.
Sua primeira publicação foi de um conjunto de poemas em 1916 chamado “The Burnning Wheel”, depois ainda publicaria mais poemas (entre eles “The Defeath of Youth and Other Poems” em 1918) até 1921 quando publicou seu primeiro romance: “Crome Yellow” (Cromo Amarelo), com uma combinação de cinismo, crítica social e um diálogo brilhante que o fizeram entrar para o rol dos mais famosos escritores da década de 20.
Em 1927 Huxley viaja para a Índia onde se impressiona com o misticismo oriental e publica mais um livro, intitulado “Point Counter Point”, traduzido para o português por Érico Veríssimo como “Contraponto” que causou grande impressão na época ao exprimir sua crença na impossibilidade do amor verdadeiro em um mundo dominado pelo materialismo.
Mas sua mais famosa obra seria lançada em 1932: “Admirável Mundo Novo” (Brave New World) foi um marco na literatura de ficção. Nesta obra Huxley trata de um mundo dominado por um regime totalitário, porém ele não acreditava que este domínio se daria pela violência. Isto, antes de haver o nazismo, Hitler, a II Guerra Mundial e as bombas atômicas. 25 anos depois ele publicou um ensaio chamado “Regresso ao Admirável Mundo Novo” onde faz uma análise do livro e diz estar convencido de que estamos bem mais perto do “Admirável Mundo Novo” do que ele previra em seu livro de 1932, mas ele ainda estava convicto de que a dominação por um regime totalitário não se daria de forma violenta.
Em 1937, Huxley se muda para os EUA onde conhece Gerald Heard. De certa forma, este período marcou o fim de uma fase na carreira de Huxley que deixa de escrever sobre ficção e passa a se preocupar com a mente humana. É neste segundo período que publica obras como “Eminência Parda” (1941), “A Filosofia Perene” (1946) e “A Ilha” (em 1962).
Em 1954 Huxley publica “As Portas da Percepção” onde faz um relato sobre suas experiências com o uso da mescalina, também tratado em “Céu e Inferno” de 1956.
Aldous Huxley morreu em 22 de novembro de 1963, em Los Angeles por causa de um cancro na garganta, no mesmo dia em que John Kennedy foi assassinado.

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